Dos Espíritos


«87. Os Espíritos ocupam uma região determinada e circunscrita no espaço?

Os Espíritos estão por toda parte, povoando os espaços infinitos. Há os que estão constantemente no plano terreno, observando e agindo sobre as pessoas, sem estas o saberem, porque os Espíritos são uma das forças da Natureza e os instrumentos pelos quais Deus se serve para o cumprimento de Seus desígnios providenciais. Mas nem todos vão a toda parte, porque há as regiões interditadas aos menos avançados.»


Comecemos por introduzir o conceito de sincronicidade (desenvolvido por Jung).

Sincronicidade é a ocorrência de dois acontecimentos significativos mas não relacionados de forma causal. Sincronicidades são, pois, ocorrências acausais que tomam significados emocionais, simbólicos e transformadores para quem as vivencia.

Acausal, em sincronicidade, refere-se à causa humana e à intencionalidade, refere-se a um acontecimento que a própria pessoa jamais poderia fazer com que acontecesse e não tinha intenção de produzir.

(Algo que os acontecimentos sincronísticos ilustram é que todos os seres humanos partilham, a um nível psicológico e espiritual, uma ligação com todos os outros seres humanos do planeta.)

Prestemos agora atenção a esta frase: ‘Há os que estão constantemente no plano terreno, observando e agindo sobre as pessoas, sem estas o saberem, porque os Espíritos são uma das forças da Natureza e os instrumentos pelos quais Deus se serve para o cumprimento de Seus desígnios providenciais.’ Se em sincronicidade podemos abstrair os Espíritos, e até Deus (Jung falava em inconsciente colectivo), como causa não humana de acontecimentos que não controlamos, não fica difícil entender, e aceitar, os acontecimentos sincronísticos como intervenção directa dos Espíritos nas nossas vidas, conduzindo-nos tantas vezes por caminhos que não houvéramos delineado.


«92. Os Espíritos têm o dom da ubiquidade, ou seja, o mesmo Espírito pode se dividir ou estar em vários pontos de uma só vez?

Não pode haver divisão de um Espírito, mas cada um deles é um centro que irradia para diferentes direções e é por isso que parecem estar em vários lugares de uma só vez. Vê-se o Sol, que é apenas um, e, no entanto, irradia em torno e envia os seus raios para toda a parte. Apesar disso, ele não se divide.»


Sobre esta questão quero apenas introduzir uma nota: os Espíritos podem frequentemente serem vistos miniaturizados. Uma possível explicação está na construção de imagens no espelho convexo (espelhos retrovisores dos carros), o que pode significar que o que se vê é apenas uma projecção, ou seja, o produto de uma irradiação. Nestes produtos da irradiação, seja em que tamanho for, reside o facto de não produzirem as sensações objectivas de agrado ou desagrado inerentes à sua natureza.



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