Em que se fala do coração e do amor


Investigações no campo da Neurocardiologia, nomeadamente as realizadas por John e Beatrice Lacey, do Fels Research Institute e as do Instituto HeartMath, fundado por Doc Childre (outras haverá, certamente) indicam que:

  1. O coração gera o mais poderoso e mais extenso campo eléctrico do corpo. Comparado com o produzido pelo cérebro, o componente eléctrico do campo do coração é algo assim como 60 vezes maior em amplitude, e penetra em cada célula do corpo;

  2. O componente magnético é aproximadamente 5000 vezes mais forte que o campo magnético do cérebro e pode ser detectado a vários pés de distância do corpo com magnetómetros sensíveis;

  3. Mais de 40 mil neurónios do coração são usados para a comunicação com os centros cerebrais relacionados à consciência, incluindo as amígdalas, o tálamo e o córtex cerebral;

  4. O coração pode tanto externar nossas emoções quanto ser influenciado pelas emoções alheias. Quando uma pessoa se conecta a outra pelo toque físico ou até mesmo pela empatia, a actividade eléctrica dos corações e cérebros dessas duas pessoas interliga-se e passa a comunicar-se.

Resumidamente e para o que nos interessa: o coração irradia um campo electromagnético que afecta a disposição, atitudes e sentimentos dos outros, quer estejamos conscientes disso ou não.1

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Agora reparem na poesia e na sabedoria deste excerto de Pesquisa sobre o Amor, de J. Herculano Pires.

«Vemos então que a essência do Amor é a afinidade, a sintonia perfeita dos Seres que atingiram o mesmo grau de evolução espiritual. Isto parece tanto mais certo quando notamos que se aplica igualmente ao Amor do Próximo e ao Amor a Deus. O Amor ao Próximo é difuso e abstracto, mas se concretiza e para isso se centraliza no conceito do humano. Concebendo a Humanidade como a espécie a que pertencemos, encontramos em cada criatura os motivos da afinidade que nos fazem perdoar os seus defeitos e amá-la como um reflexo de nós mesmos. O Amor a Deus provém da ideia inata de Deus no homem, segundo a tese cartesiana, e de nossa afinidade com esse Arquétipo Divino que também desejamos atingir no processo de transcendência.»)


        E que nos diz a literatura sobre o chacra cardíaco? Diz-nos que é nele que se trabalham as emoções superiores. É neste centro energético que o amor incondicional, a compaixão, a unicidade, a empatia e o perdão têm espaço. E, como consequência lógica, natural, através dele dispomos de grande potencial de cura.

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          E depois temos a fisiologia do amor.

        Os efeitos do amor no cérebro são parecidos com os da cocaína, de acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos. O estudo, publicado na revista Monitor on Psychology, indicou ainda que o amor romântico pode ser uma necessidade tão fundamental quanto a fome e a sede.

(A pesquisa foi realizada em conjunto pelo psicólogo social Arthur Aron, da Universidade Estadual de Nova York, a neurocientista Lucy Brown, da Faculdade de Medicina Albert Einstein e pela antropóloga Helen Fisher, da Universidade Estadual de Nova Jersey.)

        A equipa estudou tomografias do cérebro de pessoas apaixonadas, realizadas enquanto elas pensavam em seus amantes, e percebeu que todos apresentavam atividade em regiões do cérebro ricas em dopaminas, neurotransmissores que estimulam o sistema nervoso central. Essas regiões, conhecidas como o sistema de "motivação e recompensa" do cérebro, são activadas quando uma pessoa obtém algo que realmente deseja como comida, água, drogas ou, segundo os cientistas, a pessoa amada. "Todas as necessidades básicas são associadas com o sistema de dopamina, e o amor romântico também é", disse Fisher.

        Os vícios são muitos poderosos e todos os vícios são associados à dopamina de uma forma ou de outra", afirmou Fisher. Segundo ela, o aumento da energia em pessoas apaixonadas também pode ser atribuído a um excesso de dopamina.2 Segundo Fisher, considerar o amor como uma necessidade, ao invés de uma emoção, pode ajudar os médicos a entender melhor o sofrimento de uma separação e prever como alguém vai lidar com a rejeição. Muitos casos de homicídios, suicídios ou obsessões são associados ao amor romântico, e quanto mais pudermos entender os processos básicos do cérebro, mais poderemos compreender por que as pessoas cometem esses crimes."


1 Quando se fala do coração devia referir-se junto o timo. A glândula timo é um dos pilares do sistema imunológico, junto com as glândulas adrenais e a espinha dorsal, e está directamente ligado aos sentidos, à consciência e à linguagem. Como uma central telefónica por onde passam todas as ligações, faz conexões para fora e para dentro. Se somos invadidos por micróbios ou toxinas, reage produzindo células de defesa na mesma hora. O detalhe curioso é que o timo fica encostado no coração, que acaba por ganhar todos os créditos em relação a sentimentos, emoções, decisões, jeito de falar, jeito de escutar, estado de espírito.

2 Uma das responsáveis pelas descargas de emoções para o coração e as artérias é a dopamina, um neurotransmissor da alegria e da felicidade liberado no organismo para potencializar a sensação de que o amor é lindo. Ficamos agitados, corajosos e dispostos a realizar novas tarefas, apesar de dormirmos e comermos mal. A dopamina produz a sensação de felicidade, a adrenalina causa a aceleração do coração e a excitação. A noradrenalina é a hormona responsável pelo desejo sexual entre um casal, nesse estágio é que se diz que existe uma verdadeira química, pois os corpos se misturam como elementos em uma reação química.




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