Magnetismo & Hipnotismo
Magnetismo e hipnotismo são termos que andaram juntos, e muitas vezes se confundiram com o outro. Em 1787, O Marquês de Puységur, discípulo de Mesmer, desenvolvendo linha própria de pesquisa, coloca os seus pacientes num estado de semi-adormecimento, e percebe que eles saíam com a saúde melhorada. Daí, o termo “sonambulismo”. No decorrer do século seguinte, surgiram um sem-número de correntes terapêuticas baseadas nas ideias originais de Mesmer. Em 1841, James Braid estabeleceu uma clara distinção entre o hipnotismo e o antigo magnetismo animal. O hipnotismo refere-se à “parte mental do processo”. O magnetismo aceita a existência de um fluido especial, que é projectado pelo magnetizador influenciando a pessoa que o recebe. O hipnotismo admite que o paciente fica hipnotizado por auto-sugestão e concentração mental, não havendo fluido algum. Apenas o hipnotismo é aceite pela ciência, em virtude de o magnetismo fundamentar a cura de uma doença na transmissão de fluidos.
Só que entre as faculdades sonambúlicas possíveis, o sonâmbulo pode:1
Ver através dos corpos opacos e a distâncias mais ou menos consideráveis;
Ver o seu próprio mal, prever as suas crises e as dos outros, e anunciar a maneira e a época do termo final;
Ver a origem das moléstias e poder indicar os meios mais acertados para curá-las;
Experimentar momentaneamente a moléstia das pessoas com as quais foi posta em relação;2
Apresenta ao espírito (consciente) tudo quanto sabe, e pode perceber, às vezes, o que não sabe;
Lê o pensamento, ouve e responde sem que se lhe tenha falado;
Magnetiza sem ter nenhuma noção dos processos magnéticos;
Vê as radiações magnéticas, vê o fluido escapar-se das extremidades dos dedos do magnetizador e aponta a este a sua qualidade e força;
Executa em si mesmo e nos outros operações cirúrgicas e percebe quando os instrumentos e as mãos do operador se introduzem e agem no interior do corpo humano.
Fica oportuno dizer que para as corporações que mandam na saúde pior que democratizá-la é torná-la tendencialmente gratuita (se o Estado paga não é gratuita). Anatematize-se, então, o magnetismo, apesar de em clara vantagem sobre o hipnotismo, como o próprio Braid reconheceu.
Reparem ainda, e antes que me esqueça: há magnetismo desde que há qualquer coisa e há mediunidade desde que há gente – e há mediunidade porque há magnetismo. (O espiritual age pelo campo electromagnético; se há uma interferência espiritual ela dá-se justamente pelo campo electromagnético. A interferência acontece na natureza pelas leis da própria natureza.) Nada ganhamos em continuar a negar a realidade.3 Somos uma raça estranha.
Observação: é bom relembrar que tantas vezes estamos sob indução hipnótica, principalmente por parte de Espíritos desencarnados, sem que disso nos dêmos conta. Há obsessões colectivas que são o eco do sinal de determinadas induções na faixa vibratória em que nos encontramos.
1 Michaelus, Magnetismo Espiritual
2 Acontece também em outras circunstâncias, que não só no estado sonambúlico.
3 “É de tal forma forte a ligação emocional que nós estabelecemos com certas ideias, que o nosso cérebro distorce o mundo, se necessário for, para proteger aquilo que tem como as suas crenças mais profundas”. (João Miguel Tavares, in Público (8.8.2019) citando The Believing Brain, de Michael Shermer.)
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