Homo (ou Adão e Eva)


«53. O homem surgiu em muitos pontos do globo?

Sim e em épocas várias, o que também constitui uma das causas da diversidade das raças. Depois, dispersando-se os homens por climas diversos e aliando-se os de uma aos de outras raças, novos tipos se formaram.»

            Humano é nas ciências biológicas, em particular na antropologia e na paleontologia, o nome comum para todos os membros do género Homo. A única espécie existente na actualidade é a Homo sapiens (Homo sapiens sapiens), mas também já existiram: Homo habilis, Homo erectus, Homo rudolfensis, Homo heidelbergensis, Homo neanderthalensis, Homo floresiensis, Homo naledi, Homo luzonensis, Homo ergaster. Os estudos da evolução humana usualmente incluem outros hominídeos, como os Australopitecos, de que o género Homo se afastou há entre 2,3 e 2,4 milhões de anos. Estima-se que os seres humanos ramificaram-se de seu ancestral comum com os chimpanzés - o único outro hominídeo vivo - entre há 5 e 7 milhões de anos.

        É comummente aceite a teoria da origem africana do Homem Moderno (Homo sapiens sapiens), assim resumida: “1) os africanos da região abaixo do Sara (subsarianos) representam uma maior diversidade genética, sendo a distância genética entre os africanos e as populações não-africanas maior do que aquela que separa as outras populações; 2) a diversidade genética das diferentes populações sugere que os outros continentes foram povoados por um pequeno número de fundadores que emigraram de África.” (O Património Genético Português, Luísa Pereira e Filipa M. Ribeiro)


«51. Poderemos saber em que época viveu Adão?

Mais ou menos na que lhe assinais : cerca de 4.000 anos antes do Cristo.1»


        Adão e Eva poderiam ser a representação simbólica dos primeiros Homo sapiens, mas se levarmos em conta o relato do Génesis, onde o Caim encontrou gente, e acasalou, e construi cidades, Adão e Eva seriam já bastante posteriores.

        Há quem defenda, mas ainda e sempre baseados em psicografias, que devem ser encaradas como hipóteses e não como certezas, que Adão e Eva representam os exilados de Capela.2

        Seja como for, logo um dos primeiros trabalhos de cromossoma Y veio revelar que “o antepassado paterno mais próximo do ser humano seria pelo menos 80 000 anos mais jovem que o ADN mitocondrial comum mais recente a que se chegou: na linhagem paterna, o parente homem mais perto de nós, o Adão, habitou a África há cerca de 60 000 anos. Este resultado suscitou afirmações de que Adão e Eva nunca se conheceram por não terem sido contemporâneos. Na verdade, este estudo demonstrou que os ancestrais masculino e feminino, que resistiram à passagem do tempo e que nos formam, não surgiram ao mesmo tempo.”3 (op. cit)

        Na mesma linha de pensamento outro investigador, António Amorim, diz (A Espécie das Origens): “Os marcadores de transmissão uniparental permitem reconstruir, com segurança e fidelidade (por contraponto aos sistemas que sofrem recombinação meiótica) a evolução da nossa espécie, embora contem histórias que podem não ser, à primeira vista, congruentes: as linhagens masculinas definem, sem ambiguidade, a coalescência de todas as variantes actualmente observadas num ancestral comum muito recente (da ordem das dezenas de milhar de anos) enquanto que para as femininas esse ancestral é pelo menos duas vezes mais antigo.”

    Conclusão: independentemente das incongruências, o Adão sapiens tem muito mais de 4 000 anos a.E.C. (Pode multiplicar por 50, como mínimo.)


1 Portanto: este Adão (e Eva) há-de representar outra coisa qualquer que ainda não se sabe o quê. Ou, como alguém disse, “As perguntas de Kardec são mais interessantes do que as respostas dos Espíritos.”

2 Enfim, talvez sejam historietas para complementar outras historietas.

3 O poder informativo do cromossoma Y é inferior aos o ADN mitocondrial, pelo que uma limitação técnica pode explicar a idade mais jovem do Adão (op. cit.)

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