Fluido Cósmico Universal/Campo de Energia Universal


Segundo a doutrina espírita, “O fluido cósmico universal1 é, como já foi demonstrado, a matéria elementar primitiva, cujas modificações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio é o de transformação do fluido em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados.” (A.K., Gn)

[...] mas, ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo como elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria, e susceptível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.” (A.K., LE)

“[...] é o veículo da transmissão de seus pensamentos [dos Espíritos], como, para vós, o ar o é do som. É uma espécie de telégrafo universal, que liga todos os mundos e permite que os Espíritos se correspondam de um mundo a outro.” (A.K, LE)

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O assim designado Campo de Energia Universal (CEU), conhecido e observado através dos séculos, tem sido estudado desde os tempos históricos mais remotos. Cada cultura tinha um nome diferente para o fenómeno do campo de energia e encarava-o do seu ponto de vista particular. Se definirmos a matéria como energia condensada, o CEU poderá existir entre o que presentemente se considera o reino da matéria e o reino da energia.


O Campo de Energia Universal impregna todo o espaço, os objetos animados e inanimados, e liga todos eles entre si; flui de um objecto para outro; e a sua densidade varia na razão inversa da distância da sua origem. Também obedece às leis da indução harmoniosa e da ressonância simpática. (…) O CEU é basicamente sinérgico, o que supõe a acção simultânea de actividades separadas que, juntas, têm um efeito total maior que a soma dos efeitos individuais. Esse campo é o oposto da entropia – termo usado para descrever o fenómeno da lenta decadência que tão comummente observamos na realidade física, a destruição da forma e da ordem. O CEU tem um efeito organizador sobre a matéria e constrói formas. Parece existir em mais que três dimensões. Quaisquer mudanças que ocorrem no mundo material são precedidas de mudança nesse campo. O CEU está sempre associado a alguma forma de consciência, que vai desde a mais altamente desenvolvida até à mais primitiva.”2

O Campo de Energia Humano3 é a manifestação da energia universal intimamente envolvida na vida humana. É aqui que entram os chakras e os chamados corpos, que são camadas sucessivas que se interpenetram e cercam umas às outras, e em que quanto mais finas as substâncias de que são compostas mais alta a frequência vibratória e maior o raio de expansão.


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Inserida no âmbito deste estudo está também a energia escura, que é um dos grandes mistérios da ciência. São teorizadas várias explicações: a hipótese prevalecente aponta que a energia escura é uma energia de fundo fundamental e sempre presente no espaço, conhecida como energia do vácuo, que poderia ser igual à constante cosmológica, um termo matemático nas equações da Teoria da Relatividade Geral de Einstein; em outra, alguns cientistas acreditam que a energia escura pode ser um tipo de fluido ou campo de energia que preenche o espaço, que se comporta de forma oposta à matéria normal e pode variar na sua quantidade e distribuição ao longo do tempo e do espaço. Esta versão hipotética da energia escura foi apelidada de quintessência, em homenagem ao quinto elemento teórico discutido pelos antigos filósofos gregos; há os que pensam que a energia escura pode ser uma espécie de defeito na estrutura do próprio Universo. Esses defeitos seriam como cordas cósmicas, que são hipotéticas "rugas" unidimensionais que se acredita terem-se formado no universo primitivo; por fim, alguns cientistas pensam que a energia escura não é algo físico que possamos descobrir.

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Fica a sensação de que estão todos a falar do mesmo. Se existe uma só realidade e não realidade múltipla, ou seja, observação plural de fenómeno singular, em que a consciência, em si subjectiva, confere objectividade ao que interpreta, podemos, com base na concordância de fundo, aceitar como regra a existência de algo intermédio que faz a ponte entre dois princípios, o espiritual e o material, algo esse organizador e vitalizador.


1 Foi Mesmer que, em 1779, viria a propor a teoria do fluido universal. Mesmer acreditava ser o fluido universal substância de subtileza sem comparação que penetra todos os corpos.

2 Barbara Ann Brennan, Mãos de Luz.

3 O campo energético, também chamado de aura ou campo eletromagnético, é, a grosso modo, uma espécie de bolha de energia que envolve todos os seres vivos. Podemos dizer que as plantas, os animais e até a terra possuem um campo de energia.

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