Breve nota sobre magnetismo curador


Se levarmos uma pancada num braço instintivamente pousamos no local a mão do outro, ou sopramos quente, ou as coisas ambas, visando aliviar a dor. E resulta. Se dói a barriga do filho pequeno, ou a nossa, friccionamos em círculo, tendencialmente no sentido horário. E resulta.

        Os animais curam as feridas lambendo-as; lamber as feridas é mais que uma figura, é um remédio. No episódio de cura atribuído a Jesus em que ele usou terra e saliva, está escrita uma verdade. Não oferecem dúvidas as propriedades terapêuticas da argila1 nem as propriedades curativas da saliva.2 (Há quem diga que a tendência para os beijos com troca de saliva tem por finalidade aumentar a imunidade da potencial gestante.)

        O uso da saliva não faz parte dos procedimentos magnéticos, talvez para que ninguém se sinta cuspido, mas as imposições e o sopro quente e tantas outras técnicas fazem. O magnetismo está na natureza, tudo o que existe tem o seu campo magnético específico. Afinal, tudo é energia. E se é energia está em movimento, logo, gera campos electromagnéticos.

        Provavelmente o magnetismo vai além do plano físico. Provavelmente há um magnetismo emocional, e por isso certas pessoas exercem atracção tão poderosa sobre outras. Há um magnetismo mental, e nesse plano as pessoas são inspiradas por ideias, ou lançam pensamentos cujo poder magnético atrai milhões”, como defende a teosofia. E se há Espíritos há magnetismo espiritual, que terá diferenças relativamente ao magnetismo animal, mas que, pelo visto, complementam-se na arte da cura.


Importante na terapia magnética é o sopro (quente e frio) pelo elevado grau de eficácia; todavia, esta depende do desenvolvimento do chacra da garganta, na origem conhecido por Vishuddha. Além da relação directa com as faculdades mediúnicas da psicofonia e da psicografia, é por ele que se assegura, ou não, a junção entre o pensamento e os sentimentos, entre o instinto e a razão, entre o sentido e a intuição. É a audição. O silêncio, a captação focada no amor. É a ponte para o mundo espiritual.

E, claro, convém não esquecer a relação com as glândulas tireóide e paratireóides e os plexos cervical e braquial. Um curador pelo magnetismo, seja médium ostensivo ou não, precisa de saber as coisas mínimas acerca do corpo humano, dos órgãos, glândulas, plexos, vórtices e circuitos energéticos, as relações entre umas coisas e outras, e o saber que fazer e como fazer em cada situação concreta. É um aprendizado e um desenvolvimento de capacidades naturais, que importam desmitificar. A simplicidade de processos conduz à eficácia sem rituais, rituais estes que só imprimem à arte de curar a má aura de mistério e de magia e põe em níveis imerecidos o praticante. É uma arte que está ao alcance de todos, mas que requer estudo, humildade, desinteresse.


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P. era, e é, uma jovem de sorriso fácil e doce que estava ensombrado por uma perspectiva cada vez mais real e próxima: a retirada total do estômago devido à massa que se tinha desenvolvido nas paredes e ao receio de que pudesse evoluir para cancro agressivo. A consulta de anestesia já estava marcada, inclusive. O tempo urgia e pôs-se mãos à obra. Depois foi fazer os exames finais. Logo lhe ligaram para ir com urgência ao hospital: já não ia ser operada porque a massa tinha desaparecido. O sorriso fácil e doce vencera. Está aí para o testemunhar. (A H. pilory ainda está activa, mas controlada.)


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        A propósito: “É realista admitir-se que as leis universais não podem ser distorcidas. Se alguém pretende um qualquer benefício, terá que criar condições nesse sentido, terá que conquistar o direito a dele usufruir. Contrariaria a justiça universal que, sem qualquer esforço, um indivíduo invocasse os favores de uma qualquer entidade física ou espiritual e obtivesse esse benefício. Será de admitir que qualquer um pode ser apoiado na prossecução de um objetivo, nomeadamente na auto-cura ou na cura, mas que esse apoio surge na medida e com o grau de eficácia que for merecido, ou seja, pelo mérito do próprio.” (Da Ciência ao Amor. Pelo esclarecimento espiritual, Luís Portela)

Está tudo dito a este respeito, não é preciso acrescentar mais nada. Para que haja coerência não pode ser de outra maneira. E há coerência.


1 Ainda há muito por saber acerca da argila, da sua bioquímica, e do muito que pode fazer no tratamento do cancro, sem a agressividade das terapias convencionais.

2 E tem a opiorfina, que possui um poder analgésico três vezes superior ao da morfina, e por isso metemos na boca o dedo onde a falta de pontaria acertou com o martelo. E impede de praguejar.


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