Materialismo


«Hoje em dia, ser materialista é assinar o seu próprio laudo de incompetência por motivos óbvios e físicos: está provado que, se não houver um agente estranho ao sistema energético universal, ou seja, que não pertença ao domínio da energia dita em expansão, esta, por si só, jamais terá condições de se alterar e, com isso, dar formação até à mais simples e elementar subpartícula atómica». (Imbassahy, Carlos de Brito. A Bioenergia no Campo do Espírito)

Traduzindo: sem os agentes estranhos ao sistema energético universal, ditos agentes estruturadores, a actuarem sobre o universo, nele não existiria mais do que uma grande quantidade de energia amorfa em expansão, sem modulação e sem formas. Isto quer dizer que não existira matéria como a conhecemos, nem como a que desconhecemos, e muito menos existiria quem a pudesse conhecer. Acresce ainda que “sendo a vida muito mais subtil do que qualquer outra forma material, é de se supor que ela não possa advir da simples formação material de corpos ditos orgânicos, porque estes, por si sós, não detêm a mínima condição de vida.” (Imbassahy, op. cit.)

É fácil de entender e aceitar que por detrás de um efeito inteligente terá de haver uma causa inteligente. Seria ilógico entender e aceitar o contrário. Logo, para a estruturação da energia (e toda a matéria é energia em gradações várias de condensação) faz-se presente uma inteligência e uma vontade que lhe é estranha, e para a vida inteligente – e sobretudo para a existência de inteligência – muito mais evidente se torna a ação de uma inteligência superior.

Dê-se a essa inteligência superior, ou suprema, o nome que se queira dar: a única coisa que muda é o nosso entendimento dessa realidade transcendente. A verdade é que, com a nova posição da Física, no domínio quântico e nos conceitos energéticos, o pseudocientista que continua rígido em seus fundamentos materiais é tido como profundo desconhecedor da realidade fenoménica. Após a Teoria da Relatividade Generalizada e sua prova, é sabido que sendo a matéria um efeito de condensação de energia, jamais poderá ser considerada como causa de nada.

Carece de fundamento a teoria do Acaso. Ainda que se invoque o Princípio da Incerteza de Heisenberg, onde se aceita que, na natureza, há eventos sem causa, ou ao acaso, convém notar que Heisenberg afirmou no seu trabalho relativo ao deslocamento da partícula que ela tinha “vontade própria”, significando com isso que as partículas podem sofrer a influência dos referidos agentes estruturadores, o que veio a ser demonstrado por Murray Gell-Mann com o acelerador de partículas da Universidade de Stanford.


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Afirmar o materialismo como realidade existencial é hoje uma hipótese e não uma confirmação científica. Um cientista que se diz materialista fala em nome próprio e não em nome da Ciência. A Ciência Oficial está aberta à investigação das hipóteses espíritas tanto quanto as hipóteses materialistas. Assim é que as universidades americanas como a Universidade de Harvard (Mind-body Institut), a Universidade de Virgínia (Pesquisa sobre reencarnação), a Universidade do Arizona (Laboratório de pesquisa sobre vida após a morte - www.veritas.arizona.edu) e por extensão as 50 maiores faculdades de medicina dos EUA, incluem em seus currículos de graduação e pós-graduação a Disciplina Medicina e Espiritualidade, segundo JAMA – Journal of American Medical Association.

A OMS-Organização Mundial de Saúde, passa a admitir o sistema espiritual na caracterização de saúde e QUALIDADE DE VIDA como observamos no protocolo do WHOQOL-100 - www.ufrgs.br/psiq/whoqol1.html – (domínio VI Aspectos espirituais, religião e crenças pessoais na tabela 2 – Domínios e facetas do WHOQOL).

Também, o CID-10, Código Internacional de Doenças, item F.44.3 – Estados de Transe e Possessão – configura como diagnóstico médico e qualifica o transe patológico (mediunidade/doença) quando o individuo não tem controlo sobre o fenómeno, ocorrendo de forma involuntária e não desejada. Mas não é considerada doença o estado de transe (mediunidade/saúde) sob domínio da pessoa em seu contexto cultural ou religioso – www.datasus.gov.br/cid10/v2008/cid10.htm.

O DSM-IV, Casos Clínicos da Associação Americana de Psiquiatria, chega a ser mais objetivo utilizando o termo “possessão por espíritos”, colocando que consiste num transtorno dissociativo, com a ressalva de que “é o termo mais próximo deste intrigante diagnóstico”, demonstrando objectivamente que o entendimento do fenómeno ainda está em aberto – www.psych.org.

De facto, o estado de transe é um estado dissociativo (conversão) podendo configurar-se como Transtorno Dissociativo nos casos patológicos (mediunidade/doença) porque a interferência espiritual naturalmente provoca dissociação da mente. Portanto, considerar o estado de transe como transtorno dissociativo ou conversivo não exclui a hipótese de que seja um fenómeno espirítico.


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Posto isto, temos a validação oficial da ciência1 para (a ordem é aleatória): 1) a mediunidade, 2) os Espíritos, 3) a imortalidade; portanto, uma realidade espiritual paralela à realidade material, a interpenetrarem-se e influenciarem-se mutuamente.2

Em Física Quântica, um dos seus principais enunciados é o do Princípio da Complementaridade, desenvolvido pelo físico dinamarquês Niels Bohr, através do qual os físicos acreditam que a realidade é constituída por duas dimensões: uma dimensão física e visível chamada de realidade corpuscular, e uma dimensão não física e invisível chamada de realidade ondulatória. Segundo o Princípio da Complementaridade enquanto aqui na realidade cósmica nós e as coisas existimos limitados pelo tempo e espaço, na realidade quântica ao mesmo tempo nós existimos omnipresentes no espaço e no tempo, estando em todos os lugares ao mesmo tempo, e em todas as épocas, no mesmo instante. A realidade quântica traz-nos o invisível para o espectro óptico. A espiritualidade ganha consistência científica.

Noutra vertente, mas ao encontro da anterior, há quem defenda que uma boa parte de nós (da individualidade) coexiste em dimensão espiritual, i.e., nunca estamos totalmente no corpo e nesta dimensão espácio-temporal.3

Uma outra nova forma de ver a realidade diz com o emaranhamento quântico. Ora descobriu-se que nos sistemas biológicos vivos opera uma forma de coerência quântica, através daquilo que é conhecido por excitações biológicas e emissão de biofotões – e isto porque os nossos corpos são constituídos por uma forma de cristal líquido, transmissor ideal de comunicação, ressonância e coerência. Como consequência, cada ser vivo fica posicionado num campo quântico não-local constituído por interferências ondulatórias. Todas pessoas estão, assim, envolvidas não apenas numa relação empática umas com as outras, mas também emaranhadas umas nas outras.4

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1 (…) Normalmente partimos do princípio de que a ciência é um processo racional, mas não é. Quando somos confrontados com provas que contrariam as nossas crenças, em vez de essas provas nos levarem para uma crença nova ou revista, regra geral elas confirmam as nossas crenças anteriores. (…) O termo técnico para uma das formas deste fenómeno irracional é «viés de confirmação». Esta subtileza psicológica faz com que as provas que apoiam as nossas crenças sejam encaradas como plausíveis, e as provas que contrariam as nossas crenças sejam encaradas como implausíveis.” (Dean Radin, Mentes Entrelaçadas.)

2 Steinhardt e Turok imaginaram um modelo cosmológico em que há outra três-brana – outro universo – mesmo ao nosso lado. Flutua a uma distância de não mais de uma fracção de milímetro e a separação dá-se na quarta dimensão espacial. Na abordagem, as duas três-branas atraem-se uma à outra, e isto implica que cada uma guia a evolução cosmológica da outra.

3 Talvez o tempo mais não seja que vibração de energia e espaço a dimensão onde ocorre o movimento. Se o tempo for apenas energia, assim a percepção conforme a vibração; daí, a noção da divisão do tempo em passado, presente e futuro por estarmos imersos num mundo físico tridimensional, mas em a consciência transcendendo estes limites essa divisão tende a desaparecer e essa energia transformar-se num agora.

4 Kingsley L. Dennis, Consciência Quântica (Ciência e Espiritualidade, Ervin Laszlo e Kingsley L Dennis, coords.)

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