Curas (mais ou menos milagrosas)


«Têm algumas pessoas, verdadeiramente, o poder de curar pelo simples contacto?

A força magnética pode chegar até aí, quando secundada pela pureza dos sentimentos e por um ardente desejo de fazer o bem, porque então os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. Cumpre, porém, desconfiar da maneira pela qual contam as coisas pessoas muito crédulas e muito entusiastas, sempre dispostas a considerar maravilhoso o que há de mais simples e mais natural. Importa desconfiar também das narrativas interesseiras, que costumam fazer os que exploram, em seu proveito, a credulidade alheia.”» (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, questão 556)


De vez em quando somos confrontados com notícias de curas ou, no mínimo, de alívio em doentes devidas à oração1 de grupos. É algo indubitável de explicação simples.

Orar é vibrar, é emitir ondas; em grupo e com objectivo comum, a uma onda soma-se outra e outra fazendo de várias, por efeito da ressonância, uma só onda de grande amplitude e curto comprimento que vai impactar no alvo com força. 2Ora, se essas ondas vão carregadas de intenção de cura não causa espanto que as provoquem, sabido como é que as células são sensíveis às emissões mentais. O pensamento é uma forma de energia vital que tem a capacidade de interactuar com o organismo e produzir alterações físicas muito profundas.


Para que se perceba um pouco melhor o modo de funcionamento do pensamento conjugado com a vontade, veja-se a seguinte explicação dada por A. Besant e C. W. Leadbeater:

«As formas de pensamento dirigidas para um indivíduo determinado, produzem efeitos bem definidos; estes efeitos são em parte reproduzidos na aura de quem recebe os pensamentos, e neste caso fortalecem o seu conjunto ou são repelidos.

Um pensamento cheio de amor e de desejo de proteger, dirigido com energia a um ser querido, cria uma forma que vai para esta pessoa e permanece em sua aura como um guardião, ou um escudo. Esta forma de pensamento buscará todas as ocasiões de ser útil, todas as oportunidades de proteger e defender a pessoa para quem foi enviada, mas não por um acto consciente e voluntário, e sim, por uma obediência cega ao impulso que a criou. O resultado será fortalecer as correntes benéficas que estão na aura, e debilitar as correntes perniciosas que poderiam achar-se nela. Deste modo criamos e mantemos guardiães, e mais de uma mãe, ao orar por seu filho ausente, têm construído barreiras protetoras ao seu redor, embora hajam ignorado como puderam suas orações produzir tal efeito.

No caso em que pensamentos maus ou bons são projectados para determinadas pessoas, com o fim de levarem a cabo alguma missão, devem encontrar na aura de quem os recebe materiais capazes de responder às suas vibrações. Nenhuma combinação de matéria pode vibrar fora de certos limites, e se a forma de pensamento está além dos limites em que a aura é capaz de vibrar, não pode afectá-la de nenhuma maneira.»


        Mais uma achega.

       Eldon Taylor em Escolhas e Ilusões apresenta os resultados de um inquérito efectuado (no âmbito de um programa criado por si próprio para remissão do cancro) dentre os quais realça que não é a atitude do paciente mas sim a do médico o factor mais importante na determinação da vida ou morte do paciente.

O descaro dos números diz que (1) quando o médico não acredita que a atitude do paciente pode afectar o cancro, este morre, independentemente do tipo de tratamento usado, (2) quando o médico concorda parcialmente que a mente desempenha um papel na saúde do doente, a taxa de sobrevivência/remissão aumenta para 46 por cento, (3) quando o médico concorda plenamente naquele papel, a taxa sobe para os 60 por cento, (4) quando tanto o médico como o paciente tendem a acreditar que a mente desempenha um papel no bem-estar, a taxa de sobrevivência/remissão atinge os 100 por cento. A conclusão lógica a tirar é a de que não só a mente é capaz de curar o corpo, como o que as pessoas acreditam poder fazer influenciar directamente o resultado (poder do «acreditar em si» este demonstrado em mais projectos de investigação).

Esta constatação implica que a presença do médico, e por extensão de qualquer terapeuta e curador, vai para além da mestria técnica, tornando-se tanto ou mais importante aquilo de si que tem para dar, entendendo-se «aquilo de si» como a qualidade moral a reflectir-se na qualidade energética, ou, dito de outro modo, com o amor que tem para dar a projectar-se no querer para o outro o mesmo que quer para si. (Uma acção realizada sem interesse em obter contrapartidas é um acto de amor.) A espiritualização do homem conduz naturalmente a este patamar, onde a compaixão é já intrínseca ao ser e não forçada, e portanto inautêntica, por pressão de convenções religiosas, éticas ou ideológicas.



1 “Ainda que a oração os ligue ao Absoluto, será que funciona, em sentido empírico? Relativamente à cura, têm sido publicadas na literatura médica sujeita a revisão científica muitas meta-análises sistemáticas que avaliam a qualidade da cura remota e os estudos de intencionalidade à distância. Quase todas estas análises cientificamente revistas têm gerado descobertas positivas, que sugerem que os efeitos curativos da oração e de outras formas de intencionalidade são reais e reprodutíveis.” – Larry Dossey, Espiritualidade, Cura e Ciência (Ciência e Espiritualidade, Ervin Laszlo e Kingsley L. Dennis, coords.)

2 A intensidade das ondas em fase umas com as outras é igual ao quadrado da soma das ondas. Duas ondas adicionadas uma à outra são quatro vezes mais intensas que uma só onda.

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