Karma


Karma, termo sânscrito que significa acção, no budismo e no hinduísmo é princípio de causalidade que afirma que qualquer acção (boa ou má) gera uma reação ou consequência, na vida presente ou numa encarnação futura. Posteriormente, foi adoptado pelo espiritismo e pela teosofia, e depois pela cultura popular. Refere-se tão somente à lei de causa e efeito.

A partir do momento em que se adopta o termo, terá de, para bom entendimento, adoptar-se o significado original. Ora, a lei de causa e efeito é uma lei de consequências (probabilidades), não de fatalidades. Sê-lo-ia (de fatalidades) num universo determinista e mecanicista e de tempo linear; porém, a nova Física, de onde se extrai uma nova Filosofia, mostra-nos que não vivemos num universo determinista, nem mecanicista, nem de tempo linear. Por karma corresponder a causa e efeito e por determinadas causas poderem ser reinterpretadas pela adição de acções geradoras de outras causas, os efeitos ficam sujeitos a essas reinterpretações; daí, quando se conota o karma como uma fatalidade, ou seja, um destino inevitável, incorre-se numa falsidade. Quando se diz, p. ex., que uma determinada doença por ser cármica não tem cura, está-se a falar de cor. (Além de que o karma tanto pode ser designado como bom ou como mau, como já vimos.) Como é que os cristãos, onde se incluem os espíritas, lêem a cura de cegos e de paralíticos das narrativas dos evangelhos canónicos?

A consciência (ou se quisermos: o corpo búdico e o mental superior ou causal) tudo grava e impele a um percurso rectificativo, se for o caso, mas o corpo astral (de que o perispírito de forma redutora tantas vezes é sinónimo), domínio das sensações, das emoções e dos desejos, é que cristaliza o que repetidamente recebe. Estas cristalizações, ou fixações energéticas, ou o que se queira chamar, é que originam enfermidades de ordem física e transtornos psiquiátricos, quando a suas natureza malsã e intensidade a isso dispõem. Quem conhece a regressão hipnótica conhece os poderosos efeitos somáticos dessas cristalizações; mas também tem noção dos poderosos efeitos curativos do estilhaçamento dessas cristalizações, a reflectirem-se na cura do organismo físico. Uma alteração de consciência (às vezes através de estados alterados de consciência) leva a modos de pensar diferentes, e a modos de sentir diferentes; sendo salubres, alteram o tipo de energia e promovem a homeostasia geral: mental, emocional, espiritual e física.1

Para rematar: as deficiências nos animais são karma? Ou há outros motivos para as deficiências que não necessária e somente a explicação cármica?

1 Sim, importa considerar o duplo etérico que, através dos chakras, vórtices presentes nas intersecções dos nadis e directamente ligados a órgãos, glândulas e plexos nervosos, tem por função principal vitalizar o corpo físico no seu todo. É plausível que, ao que julgamos como função secundária, aja no corpo astral, a com um influxo energético de sinal oposto agitar, e eventualmente remover, a energia cristalizada das emoções.

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