A Aura


A aura humana é um campo resultante de emanações de natureza electromagnética, a envolver todo o ser humano, encarnado ou desencarnado. Reflecte não só a sua realidade evolutiva, seu padrão psíquico, como a sua situação emocional e o estado físico (se encarnado) do momento. Espelha, pois, o ser integral: alma - perispírito (inclui o corpo mental e o corpo emocional, também dito astral) - duplo etérico - corpo. (No desencarnado, obviamente, é apenas o reflexo da alma e de seu perispírito).

Tem sido descrita como uma projecção de forma ovóide, a circundar o corpo e a mostrar inúmeros aspectos cromáticos, em constante e dinâmica variação.

A aura (do lat. aura - brisa, sopro) é conhecida desde tempos imemoriais, passando a ser, modernamente, graças ao próprio desenvolvimento científico, objecto de importantes estudos e frutuosas pesquisas. Para a percepção, registo e análise da aura, diversos métodos têm sido aplicados. Podem ser alinhados, como principais, o método Químico, o Electrónico, o Anímico-Mediúnico e o método de Técnicas Associadas

Método Químico

Os anais metapsíquicos e espíritas registam diversas experiências de percepção da aura com o simples uso de produtos químicos, como, por exemplo, as realizadas pelo médico Walter J. Kilner, do Hospital de São Tomás, Londres, em 1911, usando filtros coloridos (ampolas finas e achatadas contendo diciamina dissolvida em álcool) e empregando os diversos matizes de acordo com o fim a atingir.

Registos de efectiva validade científica, todavia, já eram realizados no século passado. Experiências implicando, inclusive, processos fotoquímicos, tornavam-se cada vez mais conhecidas. Após exposições mais ou menos prolongadas, placas mergulhadas no banho revelador (banho de prata) mostravam, junto às imagens captadas, manchas, sinais, estrelas, faixas, cones luminosos, envolvendo a cabeça, membros, partes menores ou maiores do corpo do Espírito fotografado.

As primeiras fotografias desse tipo teriam sido obtidas em março de 1872, por Samuel Guppy, com o apoio mediúnico de sua mulher, Nichol Guppy, o que chamou a atenção do cientista Alfred Russell Wallace (1823-1903) - famoso naturalista inglês, co-descobridor, com Darwin, dos princípios da evolução -, que os descreveu e analisou em artigo de grande repercussão, "A Defence of Modern Spiritualism”, publicado em 1874 (Fortnightly Review), e que, depois, fez parte de sua célebre obra "On Miracles and Modern Spiritualism.

Método Electrónico

Ainda no século XIX, pesquisadores de renome já construíam aparelhos capazes de registar as emissões dos eflúvios humanos. Serve de exemplo a célebre bobina de Rhumkorff.1 Com esse equipamento conseguia-se, já, registar os eflúvios que se desprendiam dos dedos, podendo, pois, as experiências que com ele se fazia, serem consideradas como autênticas predecessoras das que aconteceriam mais de meio século depois, com base no método Kirlian.2

Interessante observar que Kirlian iniciava suas pesquisas mais ou menos na mesma época (princípios da década de 1940) em que Burr3 media os campos electromagnéticos presentes em torno dos seres vivos. "Ambos os cientistas desenvolveram técnicas experimentais que podiam medir alterações nos campos de energia dos organismos vivos", assinala o Dr. Richard Gerber. "O método de Burr utilizava voltímetros convencionais e os dados eram apresentados na forma de níveis de microvoltagem. Embora Kirlian tivesse estudado os mesmos campos elétricos, suas técnicas electrográficas transformavam as mensurações elétricas de Burr nas características visuais de uma corona elétrica. Burr e Kirlian descobriram que doenças como o cancro provocavam significativas alterações nos campos electromagnéticos dos organismos vivos. Burr fizera essa revelação depois de examinar os resultados de mensurações superficiais da pele feitas com o seu voltímetro. Kirlian registou imagens de descarga em corona no corpo para comprovar a ocorrência de alterações em campos de energia associadas a-doenças." (Gerber, Richard. "Medicina Vibracional - Uma Medicina para o Futuro"

Já no final da década de 1960 - enquanto se divulgavam as descobertas dos Kirlian -, no Laboratório de Cibernética Biológica do Departamento de Fisiologia da Universidade de Leningrado (hoje, São Petersburgo), o Prof. Pavel Gulyaiev, sucessor do famoso parapsicólogo Dr. Vasiliev, usando electrodos de detecção de alta resistência, extremamente sensíveis, conseguia delinear o campo de força que denominou "aura elétrica".

E no Canadá, na Universidade de Saskatchewan, um grupo chefiado pelos cientistas Abram Hoffer e Harold Kelm, operando com um detector inventado pelo norte-americano David Thomson, que consiste em "duas placas de condensador, um pré-amplificador e um registador de linha, como o de um electrocardiógrafo", consegue delinear à distância a aura do corpo humano. "Quando, por exemplo, um paciente entra numa sala, o detector determina, à distância, se o seu nível de ansiedade é alto, médio ou baixo."

Esse tipo de pesquisa vai mais longe. O Dr. David Thomson, pré-citado, coadjuvado pelo Dr. Jack Ward, de Trenton, N. Jersey, sofisticando equipamentos, descobriu que o campo áurico de uma pessoa detecta as frequências dos campos de outras pessoas, à distância, e é afetado por elas. "Os campos de força das pessoas sentem imediatamente o medo, a agressão, o pânico ou a benevolência de outra pessoa", afirma o Dr. Thomson.

Método Anímico-Mediúnico

A aura é conhecida desde tempos imemoriais, graças à sensibilidade de mestres e aprendizes que conseguiam detectá-la via vidência, o modo mais comum e antigo de percebê-la. E hoje, depois das pesquisas metapsíquicas e instaladas as investigações parapsicológicas ou psicotrónicas, e, principalmente, com o advento do Espiritismo, a vidência continua sendo o caminho natural de se chegar à realidade da aura, representando, sem dúvida - mercê das correlações que informam o princípio da universalidade e da própria idoneidade moral de experimentadores e sujeitos -, um dado valioso e de validade incontestável para o conhecimento mais integral do ser humano. Mas casos há em que a vidência não tem significado mediúnico, propriamente, como, por exemplo, ocorre em certos processos de sonambulismo ou, mesmo, de simples desprendimento, em que as percepções colhidas interessam somente ao agente.

Também devem ser elencados, ainda que como meio indirecto de se chegar à detecção da aura ou ao conhecimento de sua existência, os fenómenos ligados à psicometria, faculdade que permite captar a história e o estado actual, tanto dos seres vivos, como dos objectos inanimados e, inclusive, por vezes, os ambientes e outros elementos externos ligados à sua existência.

A psicometria comparece, sem dúvida, como faculdade incomum e, na verdade, ainda muito pouco conhecida. As primeiras observações são, ao que consta, devidas ao cientista norte-americano J. Rhodes Buchanan (1814-1899), professor do Instituto Médico Eclético de Convington, KY., que, inclusive, em 1842, cunhou a palavra.

Os fenómenos de psicometria apontam diretamente para a existência da aura, presente em todos os seres, animados e inanimados, e sua captação por pessoas detentoras de uma faculdade própria para tal. Ernesto Bozzano sugere, como condição fundamental, a existência de uma sintonia entre o sujeito perceptivo e a aura do objeto. Por meio de um "fenómeno de sintonização", sustenta Bozzano, a pessoa sensível "vibra em uníssono com o sistema de vibrações da 'aura' com que se relaciona, o que vale dizer que sente em si todas as sensações organo-psíquicas, ou os estados da matéria que contribuem para especializar o sistema de vibrações contidos na 'aura' psicometrada." O sujeito deve, pois, "sentir-se identificado com a pessoa viva ou morta, com o ser animal, organismo vegetal ou matéria mineral, a que se refira a 'aura' contida no objeto." (Bozzano, Ernesto. "Os Enigmas da Psicometria"

Método de Técnicas Associadas

Casos há, em que a metodologia seguida para a detecção da aura apoia-se em mais de uma das técnicas mencionadas (método misto), como, por exemplo, nas famosas experiências da Dra. Valerie Hunt e sua equipa, empregando recursos electrónicos associados aos anímico-mediúnicos.

Estudando o "campo de energia neuromuscular estrutural", e levando em conta os aspectos emocionais, a pesquisadora, utilizando eléctrodos elementares (feitos de prata ou cloreto de prata), colocados sobre a pele, faziam o registo da frequência de sinais de milivoltagem baixa, emitidos pelo corpo humano, enquanto uma vidente, Rosalyn Bruyere, observava as auras do agente e do paciente.

Analisando, em seguida, à luz da matemática, "os modelos de ondas registados por uma análise de Fourier e uma análise da frequência de um sonograma", os cientistas chegaram a resultados notáveis: formas e frequências das ondas guardavam específica correlação com as cores registadas pela vidente. Operando, depois, com outros videntes ("leitores de aura") verificaram que as variações cromáticas da aura registadas correlacionavam-se, de igual forma, com os mesmos modelos de frequência-onda.

Embora a aura, reflectindo todo o complexo de forças que sustentam e caracterizam o ser, alcance expressão maior na dimensão hominal, tudo que vive tem seu "halo energético" peculiar. Em se tratando do ser humano, importa lembrar que o campo áurico mostra dinamicamente, a cada instante, diferentes variações cromáticas, reflectindo, como já visto, os seus diversos estados psicofísicos, a dizer, sua posição intelectual, suas emoções, sua saúde física, seus temores e angústias, suas alegrias e inclinações amorosas, enfim, a sua inteira realidade evolutiva.

E a aura ambiental, que pode ser sentida como agradável quando formada pela emissão de forças espiritualmente mais purificadas, ou desagradável - e, até, repulsiva -, no caso contrário. Como, evidentemente, a energia predominante - e onde ela actua, é determinante - é de natureza mental, alguns autores são levados a denominá-la, também, psicosfera ambiental.

Nessa linha, poder-se-ia também cogitar da existência da aura colectiva, a refletir o grau de evolução de uma comunidade, e, até, da aura terrestre, de caráter mais abrangente, evidenciando todas as qualidades físicas e espirituais do nosso Mundo.


1Heinrich Daniel Rhumkorff

2Semyon Kirlian

3Harold Saxton Burr

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