Postagens

 À Conversa com Espíritos - XXXI - Enraizou-se no movimento espírita que há colónias espirituais repletas de maravilhas tecnológicas,   hospitais e escolas como ainda não se viram na Crosta, enfim, uma série de coisas que aqui só podemos invejar. Mas a ser assim o nosso trabalho em favor da saúde e do esclarecimento dos Espíritos torna-se redundante, tal como o estágio nas colónias (conceito em contradição com o de erraticidade definido por Kardec) se revela despiciendo, porque o que se verifica é que na reencarnação ulterior o Espírito parte de onde parou na desencarnação que a antecedeu. Ou será que o Além não é como uma certa literatura o pintou e introduziu no espiritismo?   - A teoria das colónias espirituais foi trazida ao Espiritismo por um só Espírito; importa, por isso, perguntar: a validação desta teoria obedeceu ao princípio da concordância no ensino dos Espíritos? Perguntamos também: foi feita a análise comparada com o consignado n’O Livro dos Espíritos, i...
  À Conversa com Espíritos - XXX - Ao mesmo tempo que ao mundo latino os Espíritos afirmavam a reencarnação,   ao mundo anglo-saxónico negavam-na. Questionados a respeito, a falsidade foi relevada com a incapacidade de a mentalidade anglo-saxónica aceitar a reencarnação. Sim, o obstáculo foi ultrapassado, mas não poderá haver falsidades disseminadas conscientemente na revelação espírita devido precisamente à mentalidade de então, ainda muito presente, até porque Kardec fez perguntas incómodas?     - Quando vos debruçastes sobre as evocações consta da resposta à pergunta uma citação de Ernesto Bozzano onde enumera motivos para a razão de ser de mentiras proferidas por entidades espirituais inferiores . Dentre eles sublinhamos aquele de “E, acima de tudo, evitando o perigo de uma revolução social demasiadamente violenta, que infalivelmente ocorreria se a nova orientação do pensamento ético-religioso tivesse de impor-se a massas sem preparo, com perniciosa rapidez”...
  À Conversa com Espíritos - XXIX  - As questões 42 e 48   d’O Livro dos Espíritos têm respostas insatisfatórias.   Dizem assim: «42 - Podemos conhecer a duração da formação dos mundos, como a Terra, por exemplo? - Não posso dizer-lhe, porque somente o Criador o sabe, e bem louco seria aquele que pretendesse saber ou conhecer a duração dessas formações desde o seu início.» «48 -   Podemos conhecer a época da aparição do homem e dos outros seres vivos sobre a Terra? - Não; todos os seus cálculos científicos são especulativos.» Atendendo às perguntas e às respostas tal como são dadas, conclui-se que nunca poderemos conhecer a duração da formação da Terra nem a época da aparição do homem e dos outros seres vivos sobre a Terra. Por esta ordem de ideias, também podemos dizer que nunca iremos à Lua nem descobriremos a fissão e a fusão nuclear, mas o facto é que já fomos à Lua e dominamos os processos nucleares.   Para bem da coerência lógica com o conju...
  À Conversa com Espíritos - XXVIII - 1. A produção de ectoplasma é fisiológica e pensa-se que está associada à motilidade mitocondrial; 2. Estão identificados uns 40 eventos ectoplásmicos, dentre os quais as materializações, notadamente a materialização de Espíritos; 3. É verificável que nestas materializações a doação de ectoplasma faz perder massa e provoca acentuada fadiga física; 4. Costumeiramente fala-se em fadiga fluídica como se houvesse um fluido vital contido no duplo etérico e que se perde por transferência nos passes magnéticos ou até de modo espontâneo;   mas se esse fluido vital não existe e não se entende o desgaste perispirítico, pois se a sua formação é instantânea não se vê obstáculo à reposição também instantânea em caso de doação; 5. Como se   verifica que a fadiga pode acontecer não só na prática do passe, mas também com a participação nas reuniões mediúnicas, parece, pois, que não é um fluido sem nome, ou vago como “perispírito”, mas sim o e...
  À Conversa com Espíritos - XXVII - Lendo os escritos de Mesmer constata-se que o magnetismo animal não é uma teoria fluidista (fluido vital), sim um estado de vibração do fluido universal, a fonte primária de todas as forças e de toda a matéria. O que Mesmer chamava de ton de movimento pode, segundo os conceitos actuais da física, ser definido como uma acção dinâmica produzida por uma função de onda vital. Esta é uma ideia que se abraça sem receio e explica satisfatoriamente a cura, o sonambulismo, a mediunidade, o hipnotismo, e também explica a homeopatia,  que igualmente é vitalista. A ser assim: 1) a elevada capacidade de cura de algumas pessoas não tem a ver com capacidade fluídica, mas sim com a elevada frequência vibratória que possuem; 2) para não haver incompatibilidade conceitual, quando Kardec diz, grosso modo, que numa cura o que há é uma modificação molecular deve inferir-se que a vibração dirigida pela vontade do operador estimula no sujet essa alteração, o qu...
  À Conversa com Espíritos - XXVI - O livro Nosso Lar mais que um best-seller é a “ b íblia” da nova revelação espírita (a quarta, segundo alguns) , po is diz o que queremos ouvir. Mas, neste caso também, o que queremos ouvir corresponde necessariamente à verdade? - Mais uma vez: foi algo que os Espíritos espontaneamente, por diversos médiuns, em diversos lugares e ao mesmo tempo, disseram? A similaridade de Nosso Lar, e vários outros da série atribuída ao Espírito André Luiz, com A Vida Além do Véu é evidente, mas a obra de George Vale Owen antecedeu em, grosso modo, três décadas esses livros de F. C. Xavier [Owen recebeu as primeiras páginas em Setembro de 1913 e Nosso Lar foi publicado em 1944], pelo que o princípio necessário para a concordância não está presente. É de notar que a mediunidade, sobretudo o transe mediúnico, não se dissocia da sugestionabilidade, que se geralmente é exógena não impede a causa endógena, ou seja, a auto-sugestão. Não é de excluir o plágio....
  À Conversa com Espíritos - XXV - No catálogo das Revelações adoptado pelo Espiritismo, Moisés é o pilar da primeira. Porém, há sólidas indicações que Moisés, como o conhecemos, é um mito, ou um conjunto de mitos reunidos num só. A ser verdade, é mais um exemplo de que mito e realidade têm psicologicamente o mesmo valor, basta para tal que se acredite na história contada. Mas atendendo a que o Espiritismo tem um compromisso com a verdade, ou não enfatizasse o Espírito de Verdade, não deveria eliminar os mitos do seu seio à medida que os reconhece? - A linguagem dos mitos é a linguagem dos símbolos, entender a mensagem dos símbolos é passar de uma busca de significado para uma experiência de significado. Como diz um erudito, “os mitos são chaves para as potencialidades espirituais da vida humana.” Por conseguinte, quando a vida em espírito sobrepujar a matéria, a realidade, ou a verdade, será simples de entender, aceitar e viver, e os mitos não serão mais necessários. Mas n...