À Conversa com Espíritos - XXIII


- A arquitectura de civilizações antigas, particularmente nas grandes edificações egípcia e maia, ainda hoje não se consegue explicar de modo conclusivo, por exigir recursos de engenharia que não se imagina existentes à época. Tanto assim é que uma das teorias socorre-se dos extra-terrestres, com capacidades e tecnologia que ainda não dominamos. Não é implausível, mas se tomarmos em consideração o que vem n’O Livro dos Médiuns IV, 74 – VIII a XV, e V, 99 – 14ª e respectiva nota, não será a aplicação de manifestações físicas controladas explicação tão ou mais plausível que a dos extra-terrestres (sem excluir a hipótese de uma acção conjugada de alienígenas e Espíritos)?


- A investigação do desconhecido requer, para ter sucesso, abertura mental para todas as possibilidades, atribuindo-lhes, à partida, o mesmo grau de probabilidade, para que a verdade não venha a ressentir-se de preconceitos apriorísticos. O desenvolvimento da investigação fortalecerá umas hipóteses e eliminará outras, mas é assim, e só assim, que o conhecimento adquire solidez. A verdade, e a sua certeza, não se funda em ficções.

Feito este preâmbulo genérico, socorramo-nos da Revista Espírita, Novembro de 1858, segunda conversa com Mehemet-Ali. A dado passo é perguntado ao Espírito: “Seria preciso que os egípcios fossem, desde aquela época, muito adiantados nas artes mecânicas para realizarem trabalhos que exigiam forças tão consideráveis. Poderíeis dar-nos uma ideia dos meios que empregaram?”, ao que respondeu: “Massas humanas gemeram sob o peso de pedras que atravessaram os séculos: o homem era a máquina.”

O que esta resposta nos diz é que as pirâmides do Egipto, e por relação analógica as pirâmides da civilização maia, são obra dos homens e não dos Espíritos usando a mediunidade de efeitos físicos, nem obra de alienígenas usando tecnologia superior. E não podia ser de outro modo, para dar cumprimento à Lei de Trabalho e à Lei de Progresso. Já foi dito que a ciência “só pelo trabalho deve ser adquirida, pois só pelo trabalho é que o homem se adianta no seu caminho. Que mérito teria ele, se não lhe fosse preciso mais do que interrogar os Espíritos para saber tudo? A esse preço, qualquer imbecil poderia tornar-se sábio. O mesmo se dá com as invenções e descobertas que interessam à indústria [LM 294-28ª]”. É certo que os Espíritos inspiram os homens, mas não os substituem no trabalho. A inspiração pode ser nossa, mas o suor, sem o qual a inteligência estagna, é vosso. O facto de em alguns momentos constatardes a anulação do efeito da gravidade é para ser causa do vosso interesse e consequente investigação. Um dia a força psíquica substituirá totalmente a força física, mas só quando o bem comum for a motivação dominante.

Não ignorais que Espíritos que num dado tempo habitam num determinado mundo, numa reencarnação subsequente podem habitar um mundo de condição evolutiva superior ou inferior. Olhando para as que se dão num mundo inferior, não ignorais tampouco que, particularmente as massivas, que acontecem aquando da transição de um mundo para categoria superior, cumprem dois objectivos: para os que migram é correctivo, para os que acolhem é estímulo ao progresso. Foi assim que, havendo necessidade de um estímulo ao progresso na Terra, nela reencarnou avultado número de Espíritos oriundos de um mundo em transição algures no espaço, com conhecimentos de astronomia que permitiu alinhamentos, de matemática que permitiu cálculos, de técnicas de construção que optimizaram o esforço físico.

Este é o nosso parecer sobre o assunto em epígrafe, avalizado por quem nos é superior.


Comentários

  1. Resposta racional e coerente com o ensino dos espíritos...isto é o verdadeiro espiritismo que nos mostra a lógica e a racionalidade. Tudo enquadrado nos princípios e valores da doutrina.

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