Retrocausalidade, Precognição e outras noções esquisitas


Retrocausalidade é a teoria, alicerçada em testes experimentais, que diz que medições efectuadas no futuro podem influenciar o presente. Efectivamente, os factos das experiências sugerem que alguns efeitos intencionais podem envolver processos que, numa perspectiva convencional, retrocedem no tempo. Dito de outro modo para ser mais fácil de entender: pode o que ocorre no futuro afectar o presente? E pode o presente afectar o passado?

A propósito, há muitos artigos em revistas especializadas que especulam sobre conceitos de reversão de tempo e simetria de tempo. E como já vimos em anterior estudo - “Como?” -, acções presentes podem ser retrocausais, o que contraria a noção de tempo linear a que estamos habituados. Também se sabe que quando milhões de pessoas se concentram deliberadamente no mesmo acontecimento isso causa uma oscilação no tecido espaciotemporal. Neste caso, sugere explicitamente um vinco no tempo, pois uma auto-correlação constitui uma medida de auto-similaridade no tempo. Transpondo a fixação no acontecimento para uma ideologia (religiosa, política ou de outro cariz), o vinco é uma falha, um como que buraco negro de onde nada escapa. Daí que depois de cair no campo gravitacional da ideologia se torne tão difícil sair da alçada dele. Por isso permanecemos, indivíduos e sociedades, séculos e séculos agarrados, quais toxicodependentes, aos mesmos paradigmas.

Significará a retrocausalidade que o universo tem um destino – e que até as leis da física nos puxam inexoravelmente para o nosso fado preestabelecido? No que concerne aos seres inteligentes, se o destino do átomo (mónada) é ser arcanjo, o destino actua como um movimento reverso, ou seja, vai do fim para o princípio como “força de sucção” forçando a evolução do simples para o cada vez mais complexo.

Inerente à retrocausalidade temos a precognição; estudos efectuados sobre esta sugerem igualmente que o tempo se comporta de formas enigmáticas à escala quotidiana, humana, e sobretudo que objectivos futuros podem estar associados às nossas intenções. Implica esta associação que pôr um objectivo como realizado no futuro leva a que ele se realize. No fundo, na precognição vemos o que queremos ver, porque a crença influencia resultados. Paralelamente, a análise de resultados fortalece a convicção de que a precognição trata de probabilidades, pelo que o livre arbítrio não é posto em causa.

Se é intuitivo (de senso comum) considerar-se que as escolhas presentes condicionam o futuro, não é despiciendo, face ao exposto, considerar-se também que o futuro condiciona as escolhas presentes. Juntando a isto a possibilidade do tempo ser circular, a causalidade como a entendemos fica comprometida.

Regressando ao tecido espaciotemporal: uma alteração nele modifica o curso dos acontecimentos, mas requer que muita gente se concentre no oposto daquilo que quer modificar. Poderá dizer-se que o tecido espaciotemporal (passível de ser entendido como dimensão espiritual, região etérea, domínio das Ideias puras, etc.) suporta as expressões terrenas das ideologias? Pensamentos colectivos criam egrégoras que alimentam os pensamentos que as criaram? Parece que sim. A retroalimentação é um círculo que tanto pode ser virtuoso como vicioso.

No sistema existencial em que estamos inseridos há bases que têm de permanecer inalteráveis para que não se instale o caos (dado que, de modo geral, a entropia tende a aumentar, são exigidas intervenções para conter o avanço da desordem e promover maior equilíbrio), mas abstraindo aquelas são múltiplas as combinações possíveis no baralha e dá da vida.

No fim de contas significa que a grande estrutura do universo é mental ou, pode dizer-se, que a consciência é que dá ordem ao universo.








Comentários

Postagens mais visitadas deste blog