Para lá do céu e do inferno


Assim como no infinito universo não há lados – para cima, para baixo, esquerda, direita -, assim também na dimensão espiritual, imaginando-a uma só, para simplificar, quando se fala em subir ou descer (subir aos céus e descer aos infernos) tal não deve ser tomado no sentido espacial que lhes atribuímos.

A dimensão espiritual, composta de vários níveis de frequência vibratória, estende-se para todo o lado e lado nenhum, tal como o universo. Desse modo, quando nos deslocamos de um nível para outro o que percebemos são as impressões mais ou menos agradáveis ou desagradáveis, consoante a “região” atravessada.

Por isso que determina-se que onde as impressões são agradáveis se lhes há-de chamar superior, por serem mais elevadas as frequências vibratórias, e onde as impressões são desagradáveis se lhes há-de chamar inferior, precisamente pelo inverso.1

Quando em Lucas (16, 26) vem escrito «E além disso há um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tão pouco de lá passariam para cá.», esse abismo resulta da diferença de vibração, porque em termos espaciais as dimensões podem estar separadas apenas por milímetros.

É assim que podendo ser de proximidade espacial o contacto com entidades de grande diferença vibratória, os “mundos” em que os interlocutores se encontram são paralelos e relacionam-se como se representam as relações entre D-branas, desse modo sendo evitado o choque vibracional que a ambos seria insuportável. Todavia, é sempre possível sentir em modo tolerável vibrações em frequência desigual.

Direi que estes contactos interdimensionais conhecidos como mediúnicos transitam através o que físicos teóricos denominam wormholes, e que ocorrem devido a atracções magnéticas, os quais, como afirmam, têm duração variada (de segundos a minutos largos), tal como o constante intercâmbio entre encarnados e desencarnados.

Dado que tudo é energia (Campo de Energia Universal) todas as coisas geram o seu campo específico (aura). As afinidades dão origem a grupos que geram campos de energia grupal2, podendo estes ser representados por determinado símbolo ou mito ou entidade. Dizer, por exemplo, «Lúcifer» e «Jesus Cristo», tal significa que são campos de energia grupal com pulsos diferentes, nos quais não importa que «Lúcifer» e «Jesus Cristo» sejam símbolo, mito ou entidade.

Mas é diferente aquilo que representam. Na grande gama de matizes contida no intervalo entre as duas representações cabem os seres humanos, encarnados e desencarnados, com as suas auras, auras que espelham a todo o momento o que sentem e pensam, e se aproximam e afastam ora de um, ora de outro, numa oscilação de milénios até que penda definitivamente para o campo supremo da fraternidade universal. Sem símbolos e sem mitos.

1 Há que ter em conta o efeito de contraste, em que o oposto causa impressões penosas, pelo que nem sempre aceder a uma “região” superior se traduz em impressões agradáveis. Basta o campo específico ser inconforme.

2 Para que melhor se entenda, clã é um campo de energia grupal restrito e cristianismo é um campo de energia grupal alargado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog