À Conversa com Espíritos - XII
- Em termos genéricos, “nanotecnologia” reporta-se a um conjunto de tecnologias que permitem explorar, manipular, transformar a matéria à escalo nano, isto é, de milionésimo de milímetro, construindo micro-estruturas a partir da manipulação de moléculas e átomos. Com esta tecnologia, podem ser introduzidos nano-chips em pessoas, com ou sem conhecimento delas. Especula-se que os neuro-impulsos cerebrais transmitidos por um nano-microchip implantado no nervo óptico e depois armazenados num computador podem ser reenviados ao próprio, alterados de modo a, por exemplo, causar alucinações. Dado que os Espíritos podem agir sobre a matéria, a manipulação de moléculas e átomos está-lhes perfeitamente ao alcance, pelo que podem fazer implantes de nano-microchips e com eles produzir estímulos electromagnéticos sobre áreas específicas do cérebro, espoletando manias, psicoses e factos mediúnicos fantasma (ou qualquer moléstia no corpo). Se sim: são colocados no duplo etérico? Ou aquelas coisas estranhas que vemos são de substância outra que não incluem moléculas e átomos de elementos conhecidos e são coladas no perispírito propriamente dito?
- Por onde havemos de começar? Pelo princípio, não é?
Temos então duas causas primárias, o princípio espiritual e o princípio material, e a causa primeira, Deus. (La cause première, como está no original de Le Livre des Esprites é a primeira causa, ou primeiro Princípio. É a primeira de todas as causas, ou seja, a mais antiga ou mais profunda, a responsável pela ordem do universo; já o que é primário refere-se mais ao que é fundamental, principal, e menos à primeira de todas as causas, à fonte donde tudo brota. Cronologicamente, Erasmus Darwin (1731-1802), avô de Charles Darwin, já havia proposto Deus como «Primeira Causa».) A esta trindade tem de se lhes juntar o assim designado fluido universal, sem o qual a servir de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita aquele não poderia exercer acção sobre esta.
Infere-se daqui que tudo o que existe, espírito, matéria e fluido universal, é criação da mente divina; assim sendo, também é legítimo inferir que a mente precede, e predomina sobre, a matéria e conduz os processos que nela ocorrem, quiçá determina os acontecimentos, incluindo a evolução, naturalmente. A consequência geral é a de que toda a mente exerce influência sobre a matéria propriamente dita e sobre o fluido universal, sendo de considerar, para bem do estudo que agora nos prende, que o perispírito é constituído por fluidos – os próprios do mundo onde o Espírito (encarnado e desencarnado) estiver.
Posto isto, não surpreende que os Espíritos possam agir sobre moléculas e átomos, tal como o pensamento e a vontade dos homens o pode fazer. É sabido que a mente, aqui entendida como pensamento e vontade, actua até a nível do ADN; com mais acutilância o fará com o que tiver maior plasticidade, como é o caso do fluido universal e do perispírito. Daí as inúmeras possibilidades no que toca a criações fluídicas, onde o limite teórico é a força mental disponível. E dizemos teórico porque há regulação providencial para que factores como merecimento e justiça não sejam desconsiderados.
E temos então, sim, essas formas anómalas de natureza fluídica, com aparências que vão de objectos a vermes e mais, e que mais não são que formas-pensamento, a despeito do que possa alguma literatura mediúnica dizer em contrário, a verem-se na unidade duplo etérico/corpo físico, e a repercutirem na zona física o propósito que as motivou. Diz-se tantas vezes que foram colocadas à revelia do paciente, mas a realidade é que a atitude perante a vida, a posição mental em que se demorou, foi a causa determinante para a sua criação. Já Marco Aurélio dizia que a alma ficava tingida com a cor dos pensamentos habituais. Estudem convenientemente o tema da obsessão.
Dentre as formas anómalas, no meio espírita os ovóides tornaram-se um postulado que se não ousa questionar. É certo que o perispírito reage com extrema facilidade aos impulsos mentais, podendo, por isso, adquirir aspectos diversos, mas são ainda formas breves para criar ilusões. O retrocesso à forma ovóide implicaria uma também retrogradação do Espírito, porque esta é que conduz àquela, o que por sua vez permitiria, em tese, a encarnação em corpos não humanos. O Espírito pode retrogradar ou não pode retrogradar, uma coisa ou outra. É preciso definir o que se quer afirmar para nessa definição enquadrar as psicografias, que o simples facto de serem mediúnicas não as transforma automaticamente em espíritas, e menos ainda em verdades insofismáveis.
Deter o pensamento em coisas alegres e positivas atrai alegria e positividade; então, por que não enfatizar preferencialmente as coisas boas que os Espíritos fazem usando recursos próprios junto com os disponibilizados por médiuns e pela natureza? Quanta saúde e bem-estar não retornam a padecentes de morbos variegados pela eliminação de causas não óbvias à medicina académica (a despeito da parafernália tecnológica)? O que uns podem fazer por mal outros podem fazer, e mais, por bem - e assim é se os homens quiserem e deixarem.
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