À conversa com Espíritos - VIII


- A Torre de Babel simboliza a confusão da diversidade de línguas e, portanto, a divisão entre os povos. Será acreditar numa utopia pensar que a torre da desunião vai ser derrubada pela linguagem unificadora da telepatia?

Como questão complementar: o pensamento cumpre a dualidade quântica onda-partícula?


- O pensamento (a transmissão do pensamento) é o meio de comunicação entre os Espíritos e entre os Espíritos e os homens. Apesar de ainda se revestir de uma forma algo rudimentar, por ser descontínua (pelo menos é descontinua a consciência que se tem do fenómeno telepático) esse meio é já presente na comunicação entre homens, acontecimento que a maioria já experienciou. A quem não aconteceu o facto já corriqueiro de estar a pensar numa pessoa e logo de seguida essa pessoa telefonar?

Considerada uma forma de percepção extra-sensorial (PES) é, por várias razões, a mais estudada, dentre elas: i) pelo fascínio que exerce. Na verdade, é frequentemente associada a fenómenos ditos paranomais, tais como premonição e clarividência; ii) pelo poder que se lhe julga inerente. A parapsicologia define a telepatia como a habilidade de adquirir informação acerca dos pensamentos, sentimentos ou actividades de outro ser consciente, sem o uso de ferramentas tais como a linguagem verbal, corporal, de sinais ou a escrita, mas além de receber é também a habilidade de transmitir informação e influenciar, para o bem ou para o mal, pensamentos, sentimentos ou actividades de outro ser consciente sem o uso das mesmas ferramentas; iii) a fácil replicação - e a reprodutibilidade ou replicabilidade é condição fundamental no método científico (no espiritismo o controle universal do ensino dos Espíritos é o que lhe equivale). Por estes motivos, a telepatia é estudada e objecto de experimentos não só no meio académico mas também no militar, onde pelo secretismo esquivam-se ao escrutínio ético.

É digna de nota nesta investigação a teoria do campo T (de thought field – campo de pensamento), termo este que vem da observação de que o pensamento tem propriedades de campo: opera em um meio, tem movimento e é capaz de transferir informação.

Apesar das provas obtidas com resultados experimentais já validados cientificamente, a ciência está dividida quanto à telepatia, e outras manifestações ditas paranormais, porque como a actividade eléctrica do cérebro é aqui consequência e não causa, boa parte dos que permanecem relutantes estão-no porque preconceituosamente meteram a alma numa “caixa de Pandora” como se ela fosse a raiz de todos os males e sabem que admitir uma só forma de PES que seja obriga a admitir uma realidade que anteriormente anatematizaram. No entanto, é em defesa da carreira que tanta gente da ciência desacredita em público o que acredita em privado.

Não obstante a resistência, ninguém pode deter a marcha do progresso. Pode retardá-la, mas não detê-la. É assim que, paulatinamente, a comunicação entre os homens imitará cada vez mais a comunicação que envolve Espíritos (e todas as humanidades que povoam o universo são Espíritos, encarnados e desencarnados), usando a transmissão do pensamento. A este respeito, foi-vos dito ainda que o veículo dessa transmissão, e que estabelece uma comunicação constante e “transfronteiriça”, ou seja, entre mundos, é o fluido universal, fluido este que é também objecto de perseguição aturada por parte da ciência.

O pensamento cumpre a dualidade quântica de onda e partícula: surge como onda e quando observado (consciência/intencionalidade) transforma-se em partícula, isto é, em forma (da mais simples à mais complexa), cor e som. Este colapso de onda traz para a realidade física o que é pensado e é assim que os pensamentos podem ser vistos, distinguidos e fotografados. É antigo o conhecimento da existência das formas-pensamento.

É interessante verificar entre as consideradas criaturas inferiores modelos telepáticos, concretamente nos polvos. Neles, mente e corpo são como que a mesma coisa e, portanto, igualmente visíveis; os polvos tornaram-se a sua própria intenção linguística e dificilmente conseguem não comunicar. Ora modelo idêntico aparece nas criaturas superiores, os humanos, em que a mente a todo o instante age e se mostra no corpo semi-material que é o períspirito. Esta visibilidade sustenta a clarividência e a leitura de auras.

Para o pensamento e a sua transmissão o espaço e o tempo não constituem obstáculos, operam na não-localidade; a ligação entre mentes é não-local, e a conexão entre pessoas pode ser explicada pelo fenómeno do entrelaçamento quântico. Desde quando é que o electrão é mais rico em possibilidades que a alma? Ademais, já há evidências científicas nesse sentido, é exemplo o experimento de Grinberg-Zylberbaum .

Também os experimentos de telepatia com animais de companhia, especialmente cães, apresentam resultados promissores, pois são estatisticamente relevantes. A propósito, já em 1923 Ernesto Bozzano publicou Animali e Manifestazioni Metapsichici (na tradução portuguesa A Alma nos Animais) onde apresenta uma criteriosa pesquisa em torno da fenomenologia paranormal envolvendo animais.

Em conclusão: a telepatia é a “língua” do futuro; é ponto unitivo de chegada. Sob a designação de telegrafia humana, n’O Livro dos Médiuns, [285-58ª]vem dito que será um dia um meio universal de correspondência. Não está ao dobrar da esquina, preciso é que os homens se depurem, a fim de que seus Espíritos se desprendam da matéria [58ª a], mas é um fim no processo evolucionário.

A última nota serve para relembrar que a Génese bíblica é um poema em que vários mitos são tratados com ampla liberdade.









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