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Mostrando postagens de fevereiro, 2024
As tais Colónias Espirituais Tem respaldo nas obras de Kardec a certeza absoluta que entrou no espiritismo, via pseudo-espíritas brasileiros, da existência de colónias espirituais, por sinal a matriz das organizações (e ciência e tecnologia) terrestres? Não, não tem. Costuma-se forçar esse respaldo para as “colónias espirituais” em três conteúdos da doutrina espírita: mundos transitórios; sociedades ou famílias de espíritos; laboratório do mundo invisível. Mas a verdade é que os capítulos que disso tratam em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns nada sugerem no sentido pretendido pelos entusiastas das colónias. Ao tentar forçar esse respaldo imitam o procedimento de qualquer político populista que para agradar ao público manipula dados e reinterpreta factos para construir a narrativa conveniente, travestindo de realidade uma ficção. As fake news sempre existiram, só que deixaram de estar circunscritas à guerra e à política. É a utilização dos mecanismos psic
  Por que bocejamos? Bocejar é um comportamento fisiológico e um reflexo que acontece em todas as fases da vida, desde o nascimento até à morte. Todos os animais vertebrados bocejam, o que além dos humanos inclui peixes, pássaros, répteis e demais mamíferos. Como bocejar é um reflexo, não temos controlo de como e quando bocejamos. A razão mais popular do bocejo aparecer é atribuída ao cansaço, sonolência ou tédio; só que nessa circunstância nós não bocejamos porque estamos com sono, mas para nos mantermos acordados. Com efeito, o bocejo está associado a hormonas que aumentam ligeiramente a pulsação cardíaca e o estado de alerta, funcionando como um auxiliar para que uma pessoa não durma. Também se atribui ao bocejo a capacidade de ajustar a pressão nos ouvidos e efectuar o controlo térmico do corpo, embora esta última ainda careça de mais pesquisa. Certo já é que o bocejo é revelador de empatia. Quanto mais empática uma pessoa é mais frequentemente acontece essa reacção aut
  Melancolia Uma explicação interessante para a existência de estados melancólicos é a que diz que «o Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota, jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma espécie de apatia, e vos julgais infelizes.» (ESE V, 25) Pode ser que sim, e é por isso que para alguns filósofos, com Kierkegaard à cabeça, a melancolia faz parte da condição humana. Porém, em estado moderado, não patológico, não é negativa, pois que incita à criatividade, seja nas artes plásticas, na música, na poesia, na literatura, na filosofia, na teologia… Este lado positivo da melancolia é reconhecido desde a Antiguidade Clássica, chegando Aristóteles a atribuir-lhe a genialidade. Hodiernamente a melancolia tomou o nome de depressão, e com essa denominação para algum espiritualismo revestiu-se da demonização